Para citar esse texto:
MARQUES, Luany; KLEIN, Monik. CURTAS INDEPENDENTES QUE RETRATAM AS PERIFERIAS. Debates Pós Coloniais e Decoloniais, 28 set 2020. Disponível em: https://decoloniais.com/curtas-independentes-que-retratam-as-periferias/ Acesso em: *inserir data*
O Debates Indica dessa semana traz indicações de curtas-metragens e documentários produzidos nas periferias do nosso país. As comunidades subalternizadas têm muito a expressar e denunciar em forma de música, poesia e arte, sendo esses os melhores veículos para narrar suas próprias histórias e perspectivas. Dessa forma, decidimos trazer narrativas que fogem da perspectiva central e aprofundar temas sensíveis que muitas vezes são apagados pela mídia dominante.
DJ não é bandido (2020)
Curta-metragem que denuncia as tentativas de criminalização das manifestações culturais da periferia. Defende a cultura de baile funk como forma de produção cultural, que atravessa as dificuldades impostas pelo racismo estrutural e permite que jovens da periferia mudem suas vidas através da arte, contrariando o sistema e sobrevivendo às subcondições de vida nas favelas.
Mãepreta - terra, ventre e luz (2020)
Curta documental de Gabriel Quadros, que dá voz a histórias de sua avó Dona Izabel, de trajetória semelhante à de muitas matriarcas nas periferias da região Sudeste: jovem, negra e nordestina, que migrou para São Paulo nos anos 60 em busca de uma vida melhor para sua família. A obra emociona pela potência de suas subjetividades.
Pipa (2020)
“Pipa” é um curta-metragem e sobretudo um protesto da poeta e roteirista Juliana Jesus, em forma de memória falada, pela morte de seu amigo “Pipa” – uma das tantas vítimas da violência do Estado nas periferias do país. Para Juliana, a poesia periférica é uma forma de registro, e transformar essa história em filme é uma maneira de mostrar que essas pessoas e memórias não serão apagadas.
Aos que sempre lutaram (2016)
Filme-carta produzido por jovens Pataxó da Aldeia do Cahy-Pequi, na Bahia. O curta é uma homenagem à memória de lideranças Pataxó que iniciaram a luta por seu território e pela valorização de sua identidade. São exaltados os ensinamentos e as trajetórias desses anciãos, ao mesmo tempo que são relatadas as violências por eles enfrentadas. Mostra como a força dessa resistência nos dias atuais tem raízes nessas lições e inspirações.
