As colonialidades do poder e do saber muitas vezes nos impedem de acessar conhecimentos outros que não reproduzam os padrões de pensamento e comportamento dominantes ocidentais. Para ajudar a romper com essas barreiras, o Debates traz algumas indicações de artigos sobre assuntos importantes para começar a repensar nossa forma de ser e estar no mundo.
O CLAMOR POR JUSTIÇA AMBIENTAL E CONTRA O RACISMO AMBIENTAL
Selene Herculano
O artigo traz o tema ‘Justiça Ambiental’ resenhando os principais aspectos de sua produção teórica, com o objetivo de apresentar e divulgar uma linha de pesquisa e de ação do campo do Ambientalismo e da Sociologia Ambiental, que busca analisar, pela perspectiva das hierarquias sociais – das desigualdades de classe -, a problemática da poluição ambiental e das consequentes ameaças à saúde coletiva de populações vulnerabilizadas.
O BRANCO-OBJETO: O MOVIMENTO NEGRO SITUANDO A BRANQUITUDE
Lourenço Cardoso
O ensaio sustenta o argumento de que a branquitude é um tema emergente nas pesquisas sobre relações raciais no Brasil, marcadas pelo entrelaçamento entre a atuação do Estado, a reflexão teórica e a mobilização dos movimentos sociais. Mas, ainda que isso tenha influenciado na emergência da branquitude, o artigo busca salientar que essa emergência é fruto principalmente da ação e influência do movimento negro, e busca averiguar a utilização do tema branquitude na produção acadêmica brasileira, através da sociologia das ausências e das emergências. Também realiza uma interface entre a literatura científica brasileira e as teorias conhecidas como pós-coloniais e dialoga com teorias feministas.
EDUCAÇÃO INDÍGENA: DO CORPO, DA MENTE E DO ESPÍRITO
Daniel Munduruku
A educação indígena sempre foi mostrada a partir de uma compreensão externa. Mas quando a fonte real fala sobre suas próprias origens, se o pesquisador ou narrador é alguém que pertence ao meio indígena, tendo vivido tanto a educação tradicional quanto a escolaridade urbana, sua voz certamente trará uma nova forma de pensar. A intenção do artigo é apresentar uma nova abordagem para a educação na qual o conhecimento tradicional e os estudos holísticos estão entrelaçados de modo a trazer à tona outras questões a serem discutidas ao longo das teorias ocidentais atuais.
AMÉRICA LATINA E O GIRO DECOLONIAL
Luciana Ballestrin
O artigo apresenta a trajetória e o pensamento do Grupo Modernidade/Colonialidade, a partir de sua ruptura com os estudos subalternos – latino-americanos e indianos -, culturais e pós-coloniais, no final dos anos 1990 e fala das contribuições fundamentais do grupo através do movimento epistemológico fundamental para a renovação crítica das Ciências Sociais na América Latina no século XXI: a radicalização do argumento pós-colonial no continente através da noção de “giro decolonial”.
